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sábado, 27 de março de 2010

Sequestro sobre os meios de comunicação

Sequestro sobre os meios de comunicação ataca a democracia interna
A retirada do site nacional do PSOL do ar, desde o dia 23 de março, pela minoria dos membros da executiva que apóiam a chapa de Martiniano Cavalcanti, constitui um grave ataque a democracia e a legalidade partidária. Além do site nacional do PSOL, também foi sequestrado o site da liderança da bancada e todos os e-mails das secretarias foram capturados e invadidos.

Desde esse dia a secretaria de comunicação e a secretaria geral tomaram as seguintes medidas: 1) informar a militância partidária do grave fato ocorrido; 2) recolocar o mais rápido possível um novo site no ar, com outro domínio, dado que o www.psol.org.br fora seqüestrado; 3) adotar medidas cabíveis para retomar o controle do site nacional do PSOL.


Os autores deste ataque contra os meios de comunicação oficiais do PSOL devem ter imaginado que esta ação não seria identificada pela maioria da executiva nacional. Mas após uma verificação nos registros na internet, constatou-se que o seqüestro do site nacional do PSOL havia sido feito pelo ex-assessor do ex-secretario de comunicação do PSOL, Martiniano Cavalcanti. Diante deste flagrante, os membros da minoria da executiva nacional que apóiam a candidatura de Martiniano Cavalcante tiveram que enviar uma nota ao partido assumindo que foram eles mesmos os responsáveis pelo seqüestro do site nacional do PSOL. Ou seja, dois dias após terem dado o golpe contra os instrumentos oficiais de comunicação do PSOL, e após terem percebido que seria possível identificarmos os responsáveis por este grave ato contra o partido, resolveram assumir a autoria desta ação de seqüestro do site nacional, através de nota emitida neste dia 26 de março de 2010 pela minoria da Executiva.

Nesta nota em que a minoria assume o seqüestro do site, tentar justificar o injustificável, afirmando que o golpe seria para defender a democracia no partido, que não estaria sendo respeitada, apontando como exemplo uma nota do secretário geral, Afrânio Bopprè, contestando a emissão de números extra-oficiais por parte de uma das candidaturas como forma de fazer valer ao partido um resultado duvidoso. Apontam que isso constituiria instrumentalizar o site para a candidatura Plínio. Trata-se de querer encontrar uma “Sarajevo” (falsa justificativa para iniciar a I Guerra Mundial) como justificativa para seus atos de ataque e desrespeito às instâncias partidárias e seus filiados.

Os símbolos, os instrumentos de comunicação, a bandeira do PSOL não têm donos. Não pertencem a nenhum de seus militantes, nem mesmo a sua presidente, mas a todos os filiados do PSOL. E tanto a secretaria geral, quanto a secretaria de comunicação, sabedores desses critérios, sempre agiram com imparcialidade com os instrumentos de comunicação do PSOL. As reclamações principais em relação a comunicação do PSOL não eram sobre o site, mas sobre a utilização exaustiva e exclusiva da lista de e-mails do PSOL desde a sua fundação, como spam e propagação de informações de apenas uma das candidaturas e sob controle do grupo de Martiniano. Ou seja, acusam os demais de praticarem exatamente aquilo que eles fazem no cotidiano: utilizar as instâncias partidárias para instrumentalizar suas posições, usar as comunicações do PSOL como forma de privilegiar uma única versão dos fatos, fazer uso de e-mails como forma de combater qualquer posição divergente, fazer da internet o campo da desqualificação política e do debate rasteiro.

A ação de seqüestro do site foi tão violenta que em nenhum momento os secretários de comunicação do partido foram comunicados da ação dos que agora assumem este ato. Simplesmente utilizaram da ação de hacker de Haldor Omar, através do registro do domínio do site do partido nos seus primórdios em uma associação que nem existe mais, para colocar fora do ar não apenas o site do PSOL, mas também o site da Liderança da Bancada Federal e invadir os e-mails das secretarias. Se a intenção dos que subscrevem a nota fosse de “zelar pela democracia partidária” não seqüestrariam de uma só vez além do site do PSOL, o site da Liderança do Partido na Câmara, além de invadirem o e-mail da secretaria geral. No site da liderança, instrumento informativo da Bancada Federal, não há sequer uma informação acerca da disputa da Conferência. Por isso nos estranha que queiram calar todos os meios de comunicação partidários que não estejam sob o estrito controle desta minoria e até mesmo nosso órgão de ação parlamentar. Por isso, esta atitude não passa de um golpe orquestrado por um setor que tenta deslegitimar a direção partidária, que não reconhece a legalidade das instâncias e da maioria da atual direção nacional e executiva, que se julga dona do partido e trabalha, neste momento, de modo consciente, para provocar uma ruptura no PSOL. É disso que se trata.

A falta de referência moral chegou a tal ponto que se dão ao luxo de divulgarem uma nota assumindo o próprio golpe que praticaram contra os meios de comunicação oficiais do partido, como se essa fosse uma atitude natural e legítima dos que se julgam proprietários do PSOL. Tomaram os instrumentos de comunicação do PSOL como propriedade do seu grupo, à revelia das instâncias e durante uma “madrugada”, como eles próprios confessaram. A Executiva Nacional já está tomando as providências necessárias e estamos fazendo o possível para ainda hoje termos um novo site nacional do PSOL no ar, com o domínio provisório www.psolnacional.com.br. Por último, reafirmamos a necessidade da Conferência Eleitoral Nacional e de nossas instâncias responderem a esse ataque. Não nos calarão!

Edson Miagusko - 1º Secretário de comunicação do PSOL

Fabiano Garrido - 2.º secretário de comunicação do PSOL

terça-feira, 2 de março de 2010

Manifesto de Apoio a Plínio

Partidários e lideranças do PSOL lançaram, nesta segunda-feira (01), um manifesto em favor da candidatura do promotor aposentado Plínio de Arruda Sampaio à presidência da República. O lançamento ocorreu durante uma coletiva realizada no plenário Tiradentes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

O texto é assinado por três deputados estaduais (Carlos Giannazi, Marcelo Freixo e Raul Marcelo), dois deputados federais (Chico Alencar e Ivan Valente), pelo senador da sigla, José Nery, representantes de diretórios estaduais e seis vereadores, além de 35 dos 61 integrantes do diretório nacional e seis das nove tendências internas. O documento também é subscrito ainda por intelectuais que já haviam declarado apoio à pré-candidatura de Plínio em um manifesto em outubro do ano passado.

A indicação do Psol será definida em uma conferência eleitoral que acontece nos dias 10 e 11 de abril, no Rio de Janeiro. Além de Plínio, foram indicados os nomes de Martiniano Cavalcante, dirigente do PSOL em Goiás, e o ex-deputado federal Babá.

Na opinião do líder da bancada do partido na Câmara dos Deputados, Ivan Valente, Plínio “é a candidatura que pode melhor expressar o que há de luta, de resistência, de aglutinação nos setores populares e sociais”. Com base nessa opinião, o PSOL pretende atrair também o PSTU e o PCB, que em 2006 compuseram a “Frente de Esquerda” que apoiou Heloísa Helena.

O deputado estadual Raul Marcelo, líder da bancada do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo, argumentou que a candidatura de Plínio será a única que poderá “falar a verdade” no processo eleitoral, “porque não terá financiamento de empreiteiras ou de bancos. Não vai ter financiamento de empresa na campanha do PSOL”, concluiu.

Plínio, que completa 80 anos em julho, disse ter aceitado a candidatura por acreditar que ainda pode contribuir para o país. "O Brasil precisa de um projeto de nação e o PT abandonou isso e está com um projeto na essência igual ao do PSDB, que é esse neoliberalismo que entrega tudo. Voltamos a ser uma economia agroexportadora, quando deveríamos estar desenvolvendo nosso parque industrial”, afirmou.


Leia, abaixo, o manifesto pró candidatura:


“Plínio arruda Sampaio presidente!"

A III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL é um momento importante da história de nosso partido, pelo cenário político em que ela se desenvolve e os objetivos que ela pretende alcançar. Nesta Conferência definiremos o candidato que nos representará nas eleições de 2010, o programa de governo, a política de alianças e a linha de campanha. Há no debate nacional uma falsa polarização entre dois blocos políticos que o PSOL não pode se furtar da tarefa de desmistificar: de um lado o PT, PMDB e seus aliados e de outro o bloco liderado pelo PSDB e DEM. Esta polarização é na essência a certeza de que fica garantida a estabilização dos interesses dominantes em nosso país, ou seja, ganhe quem ganhar dentre estas duas hipóteses nada mudará de substantivo na vida de nosso povo. No caso de Marina Silva/PV, ficou demonstrado que sua articulação não tem interesse em se opor ao sentido político, programático e ideológico expressos nas opções dos dois blocos de partidos dominantes no país.

A disposição em confrontar projetos dos adversários é que justifica a construção do PSOL e sua participação nas eleições de 2010. Nossa tarefa, no entanto, não se resume a denunciar a falsa polarização entre dois blocos políticos conservadores. Mas, sobretudo, nos apresentar como alternativa política de esquerda para o povo brasileiro. Por isso, a unidade política real e sincera do partido para cumprir esta tarefa é fundamental.

É contra a permanência da estrutura perversa DO CAPITALSIMO que o PSOL deve se apresentar como porta voz de um novo projeto de sociedade. Que se referencie no atendimento das demandas mais imediatas da população, mas aponte, por meio de medidas transitórias, para uma profunda transformação social, econômica e cultural no Brasil.

Este novo projeto de sociedade passa necessariamente por um programa de caráter popular, democrático, ecológico, socialista e que reúna capacidade de promover a necessária transição para superar a sociedade capitalista, engendrando rupturas para a afirmação do socialismo. Para tanto, questões como auditoria da dívida pública com a suspensão do pagamento dos juros e amortizações do principal; serviços de saúde e educação pública; defesa da soberania nacional através do controle dos recursos nacionais e energéticos pelo estado; defesa da Amazônia; a relação homem/natureza definida por meio de um ponto de vista ecossocialista; combate implacável à criminalização dos movimentos sociais e da pobreza, e a realização da reforma agrária e da reforma urbana, são algumas das bandeiras que devem estar no centro de um programa que enfrente a atual política econômica e responda a crise social vigente no país.

Por isso, uma das principais tarefas da III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL será aprofundar o debate destes temas e avançar na elaboração de um programa para o Brasil que seja capaz de responder a complexidade da disputa eleitoral de 2010. O programa do partido deve ser visto enquanto uma construção coletiva que envolva todos os seus militantes, setoriais, grupos e tendências, levando em conta sua real inserção nos movimentos sociais e a sua rica pluralidade.

Para representar esse programa e enfrentar o quadro adverso da disputa presidencial de 2010, o melhor candidato para o PSOL é o camarada Plínio de Arruda Sampaio. Sua autoridade moral, história e reconhecimento público junto a vários setores da esquerda, da intelectualidade, dos movimentos sociais e populares, conquistados em mais de 50 anos de vida pública, o credenciam para realizar o grande debate sobre os rumos do Brasil. Plínio expressa a persistência da luta e a força da convicção no projeto socialista. Em seu mandato de deputado federal constituinte, em suas duas campanhas para governador de São Paulo, sendo a última pelo PSOL, com mais de meio milhão de votos, e em tantas outras ações de envergadura nacional, como sua atuação destacada na luta pela reforma agrária. Em 2010, Plínio colocará sua experiência e convicção a serviço da construção do PSOL como uma ferramenta democrática e plural indispensável para a continuidade da luta por outro Brasil. Nós, que subscrevemos este manifesto, temos confiança na palavra firme, serena e radical de Plínio, e por isso viemos a público esclarecer nossas razões políticas em apoiá-lo. Além das características positivas que encontramos em Plínio, consideramos que sua pré-candidatura é a personificação de um compromisso partidário, composto por correntes políticas, personalidades públicas, lideranças do movimento popular, sindical, da nossa juventude, do acúmulo organizativo de nossos setoriais e ativos partidários tais como, mulheres, negros, indígenas, de que o PSOL deva ser fortalecido enquanto uma ferramenta democrática e uma alternativa programática de esquerda para o Brasil.

A tática de campanha que defendemos – para veicular na propaganda de TV e rádio, nos debates e em qualquer espaço público em que estivermos presente - é associar a defesa deste programa com uma forte propaganda pelo voto na legenda e nos candidatos a deputados estaduais e federais pelo PSOL. O chamado para que a população vote no PSOL 50 deve estar fortemente associado ao imprescindível objetivo de manter e ampliar a representação parlamentar do PSOL no congresso nacional e nas assembléias legislativas, por ser um partido que tem compromisso com as causas populares e combatido fortemente a corrupção.

A campanha eleitoral do PSOL também será uma ferramenta para a reorganização da esquerda socialista brasileira. Por isso, defendemos que a campanha seja uma construção coletiva e unitária, com a participação de todas as tendências e setores do partido, respeitando a decisão soberana que será tomada pela III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL. Este é um compromisso que o companheiro Plínio e os apoiadores de sua pré-candidatura assumem, desde já. Plínio é militante de partido e estará em completa sintonia com a direção política do PSOL. Plínio, como candidato a presidente, não será representante de parte do partido
ou daqueles que o apoiaram. Será o candidato de todo o PSOL.

Este chamado à unidade será estendido aos demais setores da esquerda socialista, como o PSTU, o PCB, os movimentos sindicais e populares e os milhares de ativistas espalhados pelo nosso país. Nesta conjuntura é imperiosa a unidade no campo da esquerda socialista para a necessária construção de uma alternativa de esquerda ao governo do PT. A construção desta unidade e alianças deverá ser coordenada pela direção nacional do partido, com o mandato que a III Conferência Nacional Eleitoral certamente irá lhe conferir.

Por fim, queremos convocar todos os militantes a participarem das plenárias municipais e encontros estaduais que irão debater e eleger os delegados do partido à III Conferência Nacional Eleitoral do PSOL. Vamos juntos construir uma grande conferência eleitoral, que reafirme o caráter democrático de nosso partido e fortaleça a nossa unidade para enfrentar os candidatos do governo e da oposição de direita. Vamos colocar o PSOL em movimento, nas ruas, nas lutas populares, nas eleições, para fortalecê-lo cada vez mais enquanto um espaço democrático de reorganização da esquerda brasileira e de lutas pela transformação socialista do Brasil.

Ousar, Lutar e Vencer!