As eleições de 2010 já pautam as ações dos diversos setores no Brasil. Num cenário que muito agrada o grande capital, se constrói a falsa polarização entre o neoliberalismo restritivo dos tucanos versus o social-liberalismo do PT-PMDB - todos defensores da manutenção da ordem consubstanciada na política macroeconômica.
Outro campo tenta se afirmar como “novidade” no processo através da candidatura de Marina Silva, que tenta se diferenciar através do debate sócio-ambiental, mas defende os últimos dezesseis anos de implantação do neoliberalismo no Brasil. Apesar da trajetória de Marina na questão ambiental sua candidatura mostra-se, a cada dia, que nada tem a oferecer para a luta pela transformação da realidade brasileira.
Neste contexto que se dá o debate sobre a tática eleitoral que a esquerda e os movimentos sociais combativos devem adotar em 2010, particularmente aqueles que buscam construir o PSOL como uma nova ferramenta política e partidária para confrontar, nas lutas e nas urnas, o modelo de desenvolvimento em curso.
Acreditamos que a construção do PSOL é uma necessidade para superar a dispersão dos lutadores sociais e da esquerda brasileira. No breve período de existência, nosso partido conseguiu, com todos os limites e contradições, se afirmar como uma alternativa para milhares de ativistas. Esse processo ainda está em curso e consideramos que apoiar a Marina Silva e seu PV é um erro que pode comprometer o futuro e a afirmação da principal ferramenta socialista em construção no Brasil.
Acreditamos que o PSOL, os partidos aliados e os movimentos sociais devem apresentar-se à sociedade brasileira com um programa que dialogue com as necessidades reais da enorme maioria do povo brasileiro, como emprego, direitos e políticas sociais vigorosas, ancorado em uma visão que inverta o modelo de desenvolvimento que destrói a vida humana e a saúde do planeta, como demonstra a urgência da questão climática.
A militância de base do PSOL e correntes internas, como o Enlace, vêm debatendo essas questões e concluindo, corretamente, pela impossibilidade de apoio a Marina. Porém, diante do debate que parcela da direção do nosso partido vem desenvolvendo pela grande imprensa, acreditamos que é urgente uma posição firme e decidida pela candidatura do PSOL, construindo uma alternativa popular, ecológica e socialista no debate com os movimentos sociais do campo e da cidade, os aliados na esquerda partidária como PSTU e PCB e a intelectualidade crítica.
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