Depois das eleições
Desde o auge da crise no biênio 2008-2009, os capitalistas do mundo inteiro continuam a colocar em prática seu receituário para conseguir recuperar suas altas taxas de lucro anteriores a essa fase. O aumento do grau de exploração dos trabalhadores e o socorro do Estado burguês nas suas variadas colorações “nacionalistas” que lançaram mão de aproximadamente três trilhões de dólares salvaram grandes empresas e bancos no mundo inteiro.
Essas medidas, combinadas a outras, como a eliminação de postos de trabalho, já garantiram 500 a empresas norte-americanas integrantes do índice Standard & Poor's, divulgassem lucro de US$ 189 bilhões no segundo trimestre, 38% a mais que no mesmo trimestre de 2009 e o sexto maior lucro trimestral delas em toda a história, sem ajustar pela inflação. O mesmo acontecendo para todas as empresas norte-americanas crescendo para um total anualizado de US$ 1,2 trilhão no segundo trimestre, 2,9% maior que no primeiro e 25,3% maior que um ano antes.
“O custo humano de demitir sempre é doloroso, mas, estranhamente (sic), os problemas econômicos nos ajudaram a criar uma empresa mais forte’, disse John Riccitiello, diretor-presidente da produtora de videogames Electronic Arts, sediada em Redwood City, Califórnia.” [The Wall Street Journal (Português) – “Crise enxuga empresas nos Estados Unidos, mas engorda lucros” – 05/Outubro/2010.
Como é no centro do sistema, assim não é diferente na periferia do capital. O governo Lula utilizou de bilhões do superávit primário, ou seja, o montante de recursos que deveriam ser investidos na Educação, por exemplo, para salvar empresas e bancos da falência e ainda garantir a recuperação das taxas de lucro. O governo como “nunca se viu na história desse país”, tem garantido que banqueiros e empresários surfar tranquilamente sobre a “marolinha”, mas é suficiente para que milhões de desempregados continuem se afogando.
Em sua “Crítica Semanal da Economia”, José Martins nos chama atenção para a complicada operação para essa “sinistra dialética capitalista”: “Até quando os capitalistas vão conseguir aumentar seus lucros, como vimos na descrição acima do The Wall Street Journal, e manter a paz social atual, mesmo com taxa de desemprego oficial em torno de 10% da população? Neste momento, as burguesias das diferentes nações do mundo (começando pelas dominantes dos EUA, Eurozona e Japão) patinam perigosamente sobre uma fina camada de gelo. A manutenção da atual estabilidade do Estado e da governabilidade burguesa depende de uma coisa muito precisa: evitar a qualquer custo, nos próximos seis meses, o duplo mergulho, quer dizer, a recaída da crise econômica de 2008/2009 e o aborto da complexa e cheia de sutilezas recuperação iniciada na virada do segundo para o terceiro trimestre de 2009. A polí tica depende da economia”.
FMI RECOMENDA QUE BRASIL APROVEITE CONJUNTURA FAVORÁVEL PARA FAZER REFORMAS
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu no início de outubro que o Brasil atravessa uma situação econômica privilegiada, mas recomendou que aproveitasse momento para fazer as reformas necessárias, ou seja, melhore seu equilíbrio fiscal em médio prazo reduzindo o ritmo
de crescimento do gasto público e inicie as reformas estruturais. Segundo a revista Exame em sua última edição de setembro “um dos maiores desafios do próximo presidente é modernizar as antiquadas leis trabalhistas e reduzir a informalidade”. A revista ainda consultou os “principais especialistas da área” para apresentarem cinco propostas – simples e fáceis de implantar – para aliviar o custo do trabalho e tornar o mercado mais dinâmico:
1. Desonerar a folha de pagamentos com o objetivo de reduzir ao máximo os encargos sociais e trabalhistas;
2. Criar contratos para recém-formados contratando por até dois anos reduzindo a alíquota do FGTS a 2% do salário ao mês;
3. Aprovar a lei da terceirização de porteiros a técnicos especializados eliminando a insegurança jurídica existente;
4. Fortalecer a empresa individual que já vem sendo contratados pelas grandes empresas contribuindo para desonerar os custos com os encargos;
5. Ampliar os meios de Negociação Coletiva colocando-a juridicamente acima das Leis Trabalhistas e aos sindicatos que se opõem a esses tipos de acordos.
Após as eleições que enfatizaram a flagrante podridão do poder econômico, a corrupção alimentada pela compra de votos, reafirmou a continuidade de uma composição agradável à burguesia nacional seja nas Assembléias Legislativas, Senado e Câmara Federal e governos estaduais. O segundo turno onde a situação colocada entre a política mais retrógada do Serra ou a de Dilma um pouco melhorada com programas sociais.
Aqui no Rio, Sérgio Cabral já demonstrou que é e continuará sendo um desses bastiões dos interesses dos capitalistas. Logo depois de confirmada a sua reeleição, anunciou o novo Secretário Estadual de Educação, Wilson Risólia, que já declarou que “Educação é um negócio”, ou seja, assim como Eduardo Paes e a maioria dos prefeitos irá continuar com o aprofundamento das reformas que tanto interessam a classe que os financia.
E NÓS?
Nessas eleições demonstramos que contra toda a máquina corrupta que Lula chama “festa da democracia”, obtivemos vitórias que são honrosas e raríssimas exceções neste quadro atual com a reeleição mais do que festejada dos companheiros Chico Alencar e Marcelo Freixo, o “Freixico”, além de termos conseguido a ampliação das bancadas estaduais e federais. O PSOL continua firme em seu caminho para ser um partido alternativo ou “um novo partido contra a velha política”. Os desafios aumentarão e os esforços com a reorganização do movimento sindical continuam cada vez mais necessários, para isso a Intersindical terá papel preponderante. O SEPE estará mais preparado para o enfrentamento que teremos pela frente? Se o “duro golpe” sofrido internamente pela aprovação equivocada sobre o aumento dos repasses às regionais não for revertido, que na prática decretou a falência financeira do Sepe Central perderemos o principal o articulador dessa luta conjunta no Estado do Rio e que sem dúvida nenhuma, facilitará os projetos da direita, seja interna ou externamente, de alcançarem seus objetivos de impor derrotas cada vez mais duras aos Profissionais da Educação e à classe trabalhadora com o um todo.
Desde o auge da crise no biênio 2008-2009, os capitalistas do mundo inteiro continuam a colocar em prática seu receituário para conseguir recuperar suas altas taxas de lucro anteriores a essa fase. O aumento do grau de exploração dos trabalhadores e o socorro do Estado burguês nas suas variadas colorações “nacionalistas” que lançaram mão de aproximadamente três trilhões de dólares salvaram grandes empresas e bancos no mundo inteiro.
Essas medidas, combinadas a outras, como a eliminação de postos de trabalho, já garantiram 500 a empresas norte-americanas integrantes do índice Standard & Poor's, divulgassem lucro de US$ 189 bilhões no segundo trimestre, 38% a mais que no mesmo trimestre de 2009 e o sexto maior lucro trimestral delas em toda a história, sem ajustar pela inflação. O mesmo acontecendo para todas as empresas norte-americanas crescendo para um total anualizado de US$ 1,2 trilhão no segundo trimestre, 2,9% maior que no primeiro e 25,3% maior que um ano antes.
“O custo humano de demitir sempre é doloroso, mas, estranhamente (sic), os problemas econômicos nos ajudaram a criar uma empresa mais forte’, disse John Riccitiello, diretor-presidente da produtora de videogames Electronic Arts, sediada em Redwood City, Califórnia.” [The Wall Street Journal (Português) – “Crise enxuga empresas nos Estados Unidos, mas engorda lucros” – 05/Outubro/2010.
Como é no centro do sistema, assim não é diferente na periferia do capital. O governo Lula utilizou de bilhões do superávit primário, ou seja, o montante de recursos que deveriam ser investidos na Educação, por exemplo, para salvar empresas e bancos da falência e ainda garantir a recuperação das taxas de lucro. O governo como “nunca se viu na história desse país”, tem garantido que banqueiros e empresários surfar tranquilamente sobre a “marolinha”, mas é suficiente para que milhões de desempregados continuem se afogando.
Em sua “Crítica Semanal da Economia”, José Martins nos chama atenção para a complicada operação para essa “sinistra dialética capitalista”: “Até quando os capitalistas vão conseguir aumentar seus lucros, como vimos na descrição acima do The Wall Street Journal, e manter a paz social atual, mesmo com taxa de desemprego oficial em torno de 10% da população? Neste momento, as burguesias das diferentes nações do mundo (começando pelas dominantes dos EUA, Eurozona e Japão) patinam perigosamente sobre uma fina camada de gelo. A manutenção da atual estabilidade do Estado e da governabilidade burguesa depende de uma coisa muito precisa: evitar a qualquer custo, nos próximos seis meses, o duplo mergulho, quer dizer, a recaída da crise econômica de 2008/2009 e o aborto da complexa e cheia de sutilezas recuperação iniciada na virada do segundo para o terceiro trimestre de 2009. A polí tica depende da economia”.
FMI RECOMENDA QUE BRASIL APROVEITE CONJUNTURA FAVORÁVEL PARA FAZER REFORMAS
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu no início de outubro que o Brasil atravessa uma situação econômica privilegiada, mas recomendou que aproveitasse momento para fazer as reformas necessárias, ou seja, melhore seu equilíbrio fiscal em médio prazo reduzindo o ritmo
de crescimento do gasto público e inicie as reformas estruturais. Segundo a revista Exame em sua última edição de setembro “um dos maiores desafios do próximo presidente é modernizar as antiquadas leis trabalhistas e reduzir a informalidade”. A revista ainda consultou os “principais especialistas da área” para apresentarem cinco propostas – simples e fáceis de implantar – para aliviar o custo do trabalho e tornar o mercado mais dinâmico:
1. Desonerar a folha de pagamentos com o objetivo de reduzir ao máximo os encargos sociais e trabalhistas;
2. Criar contratos para recém-formados contratando por até dois anos reduzindo a alíquota do FGTS a 2% do salário ao mês;
3. Aprovar a lei da terceirização de porteiros a técnicos especializados eliminando a insegurança jurídica existente;
4. Fortalecer a empresa individual que já vem sendo contratados pelas grandes empresas contribuindo para desonerar os custos com os encargos;
5. Ampliar os meios de Negociação Coletiva colocando-a juridicamente acima das Leis Trabalhistas e aos sindicatos que se opõem a esses tipos de acordos.
Após as eleições que enfatizaram a flagrante podridão do poder econômico, a corrupção alimentada pela compra de votos, reafirmou a continuidade de uma composição agradável à burguesia nacional seja nas Assembléias Legislativas, Senado e Câmara Federal e governos estaduais. O segundo turno onde a situação colocada entre a política mais retrógada do Serra ou a de Dilma um pouco melhorada com programas sociais.
Aqui no Rio, Sérgio Cabral já demonstrou que é e continuará sendo um desses bastiões dos interesses dos capitalistas. Logo depois de confirmada a sua reeleição, anunciou o novo Secretário Estadual de Educação, Wilson Risólia, que já declarou que “Educação é um negócio”, ou seja, assim como Eduardo Paes e a maioria dos prefeitos irá continuar com o aprofundamento das reformas que tanto interessam a classe que os financia.
E NÓS?
Nessas eleições demonstramos que contra toda a máquina corrupta que Lula chama “festa da democracia”, obtivemos vitórias que são honrosas e raríssimas exceções neste quadro atual com a reeleição mais do que festejada dos companheiros Chico Alencar e Marcelo Freixo, o “Freixico”, além de termos conseguido a ampliação das bancadas estaduais e federais. O PSOL continua firme em seu caminho para ser um partido alternativo ou “um novo partido contra a velha política”. Os desafios aumentarão e os esforços com a reorganização do movimento sindical continuam cada vez mais necessários, para isso a Intersindical terá papel preponderante. O SEPE estará mais preparado para o enfrentamento que teremos pela frente? Se o “duro golpe” sofrido internamente pela aprovação equivocada sobre o aumento dos repasses às regionais não for revertido, que na prática decretou a falência financeira do Sepe Central perderemos o principal o articulador dessa luta conjunta no Estado do Rio e que sem dúvida nenhuma, facilitará os projetos da direita, seja interna ou externamente, de alcançarem seus objetivos de impor derrotas cada vez mais duras aos Profissionais da Educação e à classe trabalhadora com o um todo.
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